segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

INVESTIMENTO EM SAÚDE

A OMS define saúde como “completo estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”. Este conceito amplo tem profunda ligação com desenvolvimento humano e com a qualidade de vida da população.

O senso comum nos leva a entender como investimento em saúde apenas os recursos que são aplicados na construção e reformas de hospitais, no pagamento de profissionais da saúde ou na aquisição de produtos farmacêuticos e, embora, para fins de prestação de contas de aplicação do mínimo constitucional em saúde, haja uma tabela com definições do que pode ou não ser contabilizado como gasto em saúde, nós podemos considerar a amplitude do conceito para o entendimento da importância e do impacto de algumas políticas públicas na saúde.

Quando o município investe em habitação popular está provendo condições de saúde a população, não é possível enquadrar num conceito de bem estar físico, mental e social alguém que habite em meio a lixo e valas negras.

Os programas de saneamento de bairros inteiros (Em Campos chamados de Bairro Legal) são uma mudança na forma de agir da municipalidade que trás excelentes resultados ao enxergar a integralidade das necessidades da população e prover de toda estrutura básica as localidades contempladas.
Programas de transporte público que permitam a população menos favorecida ter acesso aos centros urbanos e aos equipamentos públicos (praças, postos de saúde, escolas etc) também impactam em profundidade a saúde.

A implantação de ciclovias, ciclofaixas e cicloestacionamentos incentivam a opção pela bicicleta em detrimento do automóvel e trazem benefícios a saúde não apenas de quem pedala, mas de toda a população com a redução na emissão de poluentes e nos congestionamentos, além de promover uma relação diferente do indivíduo com a cidade numa visão melhorada de urbanidade.

O investimento em praças, jardins e áreas de preservação ambiental tornam estes locais mais atraentes para a prática de atividade física e evitam que os mesmos se transformem em criatórios de vetores de doenças (mosquitos, ratos, baratas etc). É bastante motivador assistir, por exemplo, o movimento de ciclistas no CEPOP em Campos nos dias em que a área fica reservada para a prática esportiva ou na Área de Preservação Ambiental do Itaoca ( o nosso Morro do Rato).

Enfim saúde é tudo que diz respeito a vida!

Alexandre Buchaul
Cirurgião-dentista
Especialista em Ortodontia
Qualificação em Gestão em Saúde no SUS – TCERJ
Representante Regional do Sindicato dos Cirurgiões-Dentistas no Estado do Rio de Janeiro (SCDRJ)


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Reconhecimento, valorização e promoção no serviço público.


Por diversas vezes ouvi críticas ao serviço público e tenho que confessar ter eu mesmo as feito em alguns momentos, principalmente quando me vi diante de dificuldades provocadas por mau atendimento ou burocracia excessiva.

No discurso médio, mesmo entre os gestores, esta culpa é atribuída rigorosamente ao funcionário público, ao servidor. Custava-me crer que o mesmo indivíduo capaz na iniciativa privada se tornasse, pelos discursos ouvidos, causa mater da ineficiência do estado. Deveria haver algo mais, era imperioso que houvesse algo, além disso, para explicar essas tão expostas deficiências.

Não bastasse a amarga culpa da ineficiência do serviço público, o servidor ainda vive sob a ofensa moral de ouvir que a solução para isso seria a possibilidade de demissão, que a culpa da ineficiência seria da estabilidade dos estatutários que não quereriam trabalhar sem que o gestor nada pudesse fazer.

Numa análise, ainda que não tão aprofundada, da importância com que as empresas tratam seus recursos humanos é possível observar que esta vai muito além do preenchimento burocrático de controles de faltas e férias vencidas. Há profissionais responsáveis por identificar e reter talentos, por manter motivadas as equipes, por estimular a produtividade. Enfim, um mundo novo ainda não descortinado aos servidores públicos.

Métodos de gerenciamento de recursos humanos típicos da iniciativa privada podem ser adaptados para implantação no setor público com melhora dos níveis de satisfação de todas as partes envolvidas. Os gestores públicos precisam de qualificação e renovação para entender que o método que tentam aplicar, via de regra, se demonstrou falido há décadas e a figura do chefe de departamento, uma releitura do feitor de escravos, há muito foi abolida e substituída por figuras capazes de inspirar os subordinados, por líderes de fato.

Resultados comparáveis em eficiência, qualidade e rapidez aos da iniciativa privada no serviço público são possíveis e devem ser a meta de todo gestor que tem o bem estar de seu povo como horizonte.

Alexandre Buchaul
Cirurgião-dentista
Especialista em Ortodontia
Qualificação em Gestão em Saúde no SUS – TCERJ
Representante Regional do Sindicato dos Cirurgiões-Dentistas no Estado do Rio de Janeiro (SCDRJ)