segunda-feira, 20 de junho de 2016

Porto Seguro

Muitos são nossos desejos. Queremos uma cidade melhor, mais próspera, com saúde, educação e segurança de qualidade. Mas como fazê-lo diante das limitações impostas por orçamentos e pela insegurança quanto às fontes de financiamento? Carece pensarmos a sustentabilidade de nossas cidades, de nossos sistemas urbanos. Aqui compreendendo-se o termo sustentabilidade em significado amplo de dar suporte a um processo ou atividade, por um determinado período e não apenas como uso consciente de recursos naturais.
Ao pleitearmos a construção de mais postos de saúde, escolas, creches, hospitais, praças... não nos damos, por vezes, conta de que são necessários recursos de investimento (para a efetivação das obras, aquisição e instalação de equipamentos) e também verba para custeio, para por em funcionamento, e manter assim, os equipamentos públicos. Os recursos para essas finalidades são obtidos junto à população através dos impostos, das taxas e contribuições. No Estado do Rio de janeiro, em especial nos municípios que recebem royalties da indústria de óleo e gás, o crescimento da máquina pública se deu sob financiamento dos petrodólares (agora em crise) e de recolhimentos diversos de impostos, também impactados pela flutuação da cotação do barril de petróleo e câmbio, dentre outros fatores. 
O desafio que se apresenta é administrar um elevado comprometimento de recursos com custeio, manutenção da máquina pública, em cenário de quedas de receita de todas as origens. Como manter toda a estrutura de proteção social, folha de funcionalismo, estrutura da saúde, da educação e ainda realizar os investimentos de que nosso povo tanto precisa? 
Precisamos conduzir o nosso grande município através desse mar revolto. Precisamos gerar desenvolvimento dentro de nossas fronteiras, manter o dinheiro circulando na economia local, fazer com que se multipliquem os negócios, com que cresça a riqueza produzida em nosso território. Temos que estimular e aproveitar todo o potencial do campista na consolidação de uma estrutura de sociedade capaz de se sustentar ao longo do tempo, mantendo os serviços públicos numa dependência menor de recursos voláteis e incertos. A condução deste navio precisa ser entregue a comandante experiente e tripulação capaz, para que não acabemos todos naufragando. 
 

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